Causas Para Ajoelhar

“Por causa disso, ponho-me de joelhos diante do Pai,”

Efésios 3:14

A Bíblia não determina formas físicas para o ato da oração, como as criamos: olhos fechados, mãos postas ou erguidas, olhando para o alto, etc. Ela não estabelece. A forma física na oração é achada muito livre. Parece ficar a critério da necessidade de cada um.

Sabemos que Jesus algumas vezes orava levantando os olhos ao céu e também lemos de outras vezes em que Ele foi achado prostrado, de joelhos, no Getsêmani. É Lucas quem informa. Mas é interessante que a expressão “ficar de joelhos” é usada por Paulo e cria essa figura, imagem piedosa, no cenário da fé. Também ele afirmou que um dia “todo joelho se dobrará” diante de Jesus.

No Velho Testamento vemos Salomão se ajoelhando para orar (II Cr. 6:13). Ainda assim, em nenhum lugar isso nos é imposto como forma ou ritual. E sempre que figuras humanas são achadas ajoelhadas diante de alguém, o fazem no cumprimento literal do significado do ajoelhar, que é adorar, reverenciar. Poucas vezes para pedir.

Paulo, ao que parece no livro de Atos, costumava ajoelhar para orar. Pelo menos vemos isso quando ele ora despedindo-se dos presbíteros em Éfeso. Contudo, é interessante que, num longo texto, como a carta aos Efésios, o apóstolo usa o verbo orar por diversas vezes, sinalando várias razões, mas num dado momento como este, intensifica a ação, afirmando que se põe de joelhos e expõe a causa, ao dizer: “Por esta causa”.

Isto impõe umas questões: Qual a causa da genuflexão do apóstolo? E por que causa nós nos ajoelhamos diante de Deus? Vamos comparar?

Não conheço suas causas. Mas diante de nós destacam-se as  do servo de Deus:

CAUSAS ADORADORAS

Que aparecem antes, nos capítulos 1 e 2. O glorioso e eterno plano de Deus a favor dos homens. E ainda 3:20-21. Quando ele afirma no verso 14, ” por causa disso”, faz desta expressão o centro de todo o texto, abarcando o que vem antes e o que prossegue. É todo um discurso que começando em 1:3, pontua a obra da redenção a nosso favor, e tudo mais que resultou disso em nossas vidas, contemplando o plano eterno de Deus e as posições espirituais que nos foram concedidas. Após avaliá-las todas, o servo de Deus por essa causa, “se põe de joelhos” perante o Deus e Pai. Gratidão e admiração adoradoras estão em pauta aqui, motivando o ajoelhar.

CAUSAS MINISTERIAIS – 3: 2-12

Em seguida o servo de Deus volta seus olhos neste trecho, para ver o que Deus fez com ele e nele a favor de Seu propósito. O lugar que lhe coube no plano eterno do Deus e Pai, a favor da ministração do grande mistério da Graça redentora e inclusiva. Saber-se posicionado e comissionado para tamanha tarefa, apesar de sentir-se tão pequeno e insuficiente, move-o a  “se por de joelhos”, e adorar.

CAUSAS INTERCESSORAS – 3: 1, 16-19; 1:18.

E então as causas do ajoelhar de Paulo ultra dimensionam os contrastes. Estes textos nos expõem o teor da oração dele por terceiros. Ao se ajoelhar a favor da vida de outros, o núcleo de seu clamor é em direção ao que é eterno. Ele nada pede em caráter temporal, material ou passageiro, como via de regra é o que dita o conteúdo de nossas intercessões por nossos filhos, amigos e parentes. Até por conta dos pedidos de oração que eles nos fazem. Ele contempla a espiritualidade deles, sua necessidade de crescerem no conhecimento da graça de Deus, a necessidade de serem filhos mais aproximados do Pai. Motivos com compromissos eternos, em função do Reino de Deus, do que respeita à eternidade. Isso nos lembra inevitavelmente Jesus dizendo em Mateus 6:33 – “Busquem em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas”. Aí desponta um claro exemplo do que significa priorizar o Reino. Geralmente priorizamos “as coisas a serem acrescentadas”.

Por que causas ajoelhamos perante nosso Deus? Você tem motivos para ajoelhar? O que nos tem movido a nos ajoelharmos na condição de filhos, perante nosso Deus e Pai Eterno? E quando o fazemos, o que compõe nosso clamor?