“Sentido de Reino”

Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo; aquele que assim serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens.” – Romanos 14:17-18

Vivemos no mundo físico, no qual cogitamos de coisas concretas e nos servimos dos sentidos do corpo para realizarmos a vida.

A Palavra de Deus ao nos ensinar que passamos a pertencer a um reino espiritual que se opõe ao mundo físico, não nos mandou alienar-nos dele. Pelo contrário, ensinou-nos a nos investirmos do que passou a ser real para nós, a fim de influirmos com seus valores naquilo que é transitório e temporal. A Verdade diz: “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” – Colossenses 1:13.

E a ordem é esta: No terreno da fé nos servimos dos valores do Reino onde agora estamos inseridos espiritualmente e que ocupa o nosso pensamento, para trazer esses valores através de nossa experiência à realidade física que nos cerca.

Não podemos, como crentes em Cristo, inverter essas posições sem nos confundirmos e desesperarmos. Estamos no mundo, mas diz o Senhor, que não somos dele (João 17:16). E aí reside a abissal diferença entre ser e estar. Quando estou, navego nos limites do visível e só me sirvo de meus cinco sentidos físicos. Quando sou, e se isso significar SER no Reino, posso transitar para além do físico e dispensar meus sentidos, porque uso de ferramentas espirituais: a fé, no lugar da visão; o coração (não o órgão, mas a sede de minha vontade determinante) no lugar da audição. E o tato, o olfato e o paladar, não me servem nesse ambiente invisível. As emoções que costumam atender exclusivamente aos sentidos físicos e à memória, agora podem deixar-se disciplinar e depurar sob influência das ferramentas do espírito.

Eis a razão por que o apóstolo Paulo neste monumental capítulo 14 de Romanos postula sobre a relatividade do que se permite e do que se proíbe
no terreno do táctil e paupável, (14: 2-6, quanto ao que se come e ao que se bebe; quanto ao que se celebra ou não) quando a motivação de tudo é o Senhor e Seu Reino. Se Sou do Reino, até o comer e o beber são para Ele, em Sua honra e culto. Se estou seguro de que SOU, onde ou como ESTOU estarão sujeitos a essa primeira posição. O que sou dita como e onde estou, quando eu SOU NO SENHOR, nas esferas do Seu Reino. É disto que Ele fala em 14:7, e arremata em 14:17 nos mostrando as evidências, ou sinais que vão testificar de quando SOU do Reino e pró-Reino: Justiça, paz e alegria no Espírito Santo.

A experiência de ser investido pela fé da justiça de Cristo, opera paz (com Deus, consigo e com outros – Romanos 5:1) e o resultado é alegria no Espírito Santo. É importante atentar e ressalvar a preposição: alegria No Espírito Santo e não apenas DO Espírito Santo, pois a diferença está em ser e não estar. Não se trata da alegria estado emocional, que opera nos sentidos, mas a que opera no íntimo do ser, que dispensa e ultrapassa os ditames das circunstâncias e pode servir-se ou não dos sentidos físicos.

Estes sinais são os indicativos do verdadeiro lugar que ocupamos estando no mundo: Somos do Reino, por ele afetados e com ele comprometidos, ou somos do mundo, pretendendo que o Reino em mundo se torne. Esta inversão de valores é inconcebível.

“Porque Teu é o Reino, o poder e a glória para sempre…” Amém.