Não Creia na Morte

Não creia na face da morte quando diante dela estiver. É somente uma máscara. Não creia na máscara da morte quando ela estiver sobre mim. É apenas uma máscara. Não tome por verdadeiros os seus sinais. Não aceite a mensagem da rigidez, dos olhos cerrados e da inércia pétrea. São apenas invólucros que escondem e ofuscam a verdade por detrás de tudo.

Não estarão fechados os olhos, como pretende a máscara. Estarão abertos e admirados ante o fulgor da glória que resplandece. E estarão cintilando ao refletir o esplendor divino que desfila ante eles, graciosamente.

Não tente falar aos ouvidos da máscara porque eles estarão encobrindo os ouvidos que ouvem o som da Voz como de muitas águas, que proclama altissonante meu novo nome e me diz: “Vem, bendito do Meu Pai. Possui por herança o Reino que te está preparado desde a fundação do mundo!”

Não estarão inertes as mãos que a máscara da morte afirma não mais poderem acarinhar. Antes escondem aquelas que se levantam jubilosas para aplaudir o Rei da Glória que ante mim passa em toda Sua majestade. Elas também estarão saudando os amados desde muito já não vistos.

Os lábios cerrados da máscara encobrem a verdade daqueles que se abrem, estupefatos e adoram: “Senhor meu e Deus meu!”

Os braços não são esses rígidos e inertes, mas aqueles que abraçam os joelhos do seu Cristo e tocam Seus pés com gratidão indizível.

Não há um corpo que parece dormir, mas um novo, íntegro, belo, sadio, que se curva para adorar e que salta a celebrar.

O coração que está em silêncio sob a máscara, longe disso, foi substituído por aquele que salta do peito para o peito de Jesus, a Quem pertence.

Não creia no silêncio irrespondível que a máscara impõe. Ele apenas encobre os sons que você não pode ouvir, mas que dizem coisas inefáveis, impensáveis, inimagináveis que ao homem não é lícito falar, pois nos faltam tais palavras.

Não creia na máscara da morte em mim. Eu estarei vivendo de fato, como nunca antes, e para sempre. E quando a máscara for coberta pelo obelisco com epitáfio, não permita a falsa inscrição: “Aqui jaz”, mas mande assinalar: “Eis que vivemos!” (II Coríntios 6: 9).

Não se despeça da máscara. Dê um até breve a quem ela lembra, pensando no Grande Encontro que teremos todos no Céu de nosso Deus e Pai, porque a entrada para esse espetáculo eterno, já foi paga há mais de dois mil anos, ao preço do sangue de Cristo, meu Senhor.