Amor Pequeno

“Que te farei…? Que te farei…? porque o vosso amor é como a nuvem da manhã, e como o orvalho da madrugada, que cedo passa. – Oséias 6:4.

 

Servimos ao Deus que nos ama. João disse: “Ele nos amou primeiro”. Acostumamo-nos a ouvir da grandeza e beleza desse amor, e também acostumamo-nos a experimentá-lo na sua multiforme graça e manifestação. E vamos vivendo como aqueles que se sabem situados no Reino do Filho do amor de Deus, sem nos darmos conta de que fomos estabelecidos para amá-Lo. Deus requer o nosso amor: “Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força”(Marcos 12:30); e as dimensões desse amor requerido são do âmbito de Sua grandeza: é tudo. Não é qualquer amor. Ele espera que nosso amor se manifeste na plenitude e intensidade dessas estruturas de nosso ser: coração, alma, entendimento e força. 

O Senhor não admite concurso de terceiros no amor que requer dos que se entregam a Ele: “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim” (Mateus 10:37), e esse amor se evidencia em renúncias. 

Mas Ele pretende ser amado por nós. Muito amado. Intensamente amado. Expressou isso quando Jesus falou com Pedro: “Tu me amas mais do que estes?” Como é sério isso! Todavia a resposta de amor que Lhe damos assemelha-se ao que num pungente lamento Ele diz em Oséias: “…o vosso amor é como a nuvem da manhã, e como o orvalho da madrugada, que cedo passa. Que te farei?” Ele pergunta. Porque nossa resposta é débil. Talvez até mesmo desprezível. É um amor fugidio, comedido. Como o orvalho da madrugada não resiste sequer aos primeiros raios do sol de provação ou à menor brisa da manhã da oposição. Fugaz! Sem substância. Se estável, serviria para regar; deter-se-ia prolongadamente, não apenas suportando imprevistos, mas produzindo frutos de paixão: serviço abnegado; adoração profunda; quebrantamento de coração. 

Talvez, se questionados como Pedro, gaguejássemos, surpreendidos. Porque Ele ouve além das palavras. Ele ouve o coração. Nosso amor cedo passa. É como um flerte, ao passo que Ele nos propõe aliança permanente. 

Se amássemos mais…Ah! Se amássemos mais!… O que Ele não colheria de nossas vidas, por quem tanto Se deu e ainda distribui sem medida!? 

Curvamo-nos, envergonhados pela fragilidade de nosso amor. Constrangidos pelo Seu amor, como disse Paulo. E ao curvarmo-nos rogamos: Eu Te amo! Ensina-me a amar! Ou devemos dizer como Pedro: “Senhor, Tu sabes tudo. Tu sabes que Te amo”.

Glória ao Senhor pela sublime promessa de Romanos 5:5, nossa esperança: “…porque o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado”.