Mais que Rubis

Ouçam isto, mulheres ( e seus homens também)!

Salomão escreveu que quem encontrar uma mulher cheia de virtudes, encontra um valor mais precioso que o de rubis (Provérbios 31:10).

Sempre entendí as metáforas bíblicas como expressões comparativas procedentes. Assim sendo, aqui está mais uma delas, que dá o que pensar.

Temos de entendê-la a partir do objeto significante empregado: o rubi. O rubi é uma gema preciosa de alto valor. Sua exploração exige muita técnica e capacidade de reconhecimento e avaliação por gemologista capacitado, expert. Pode ser garimpado em riachos que circundem as rochas onde eles se escondem, para o caso de pequenos cascalhos que se desprendam levando a gema valiosa. Mas a exploração por meio de prospecção de rochas compatíveis com tais lavras é mais abundante e garantido. Uma vez encontrado um pedaço de rocha cujo veio revele a presença de rubi, ele deve ser devidamente lapidado até expor a gema em seu explendor compacto. O rubi mais valioso é o vermelho-sangue. Mas, junto à lavra própria para o rubi reside uma pedra que o imita e confunde, tão vermelha quanto, no entanto um falso rubi. Pedra semipreciosa conhecida como granada. A diferença é sensível a partir de sua cotação no mercado das pedras preciosas. Um quilo de granada é avaliado em cerca de dois mil dólares. Um quilate de rubi, vale dois mil dólares. Um quilate de rubi é do tamanho de um grão de arroz. Por aí se medem os valores. Mas onde se pode perceber a diferença entre uma granada e um rubi verdadeiro? Na cor? No brilho? Uma granada lapidada imita perfeitamente um rubi. Aparece incrustada na rocha à semelhança do rubi e geralmente na mesma região da lavra.

Há um teste, levado a efeito pelos gemologistas que estabelece a diferença entre o falso e o verdadeiro: as duas pedras ainda “in natura” são expostas a uma luz fluorescente. Somente o rubi reage a essa luz. A granada não. Enquanto a granada permanece embassada, obscurecida sob a incidência da luz fluorescente, o rubi acende, ilumina-se, responde a ela e brilha.

Deus faz Seus testes nas pedras que escolhe. Isaías 60:1 nos diz: “Levante-se, refulja! Porque chegou a sua luz, e a glória do Senhor raia sobre você”

Deus faz brilhar Sua glória sobre as pedras. As genuínas, como o rubi, reagirão a ela, e resplandecerão sempre, em resposta. As demais, permanecerão indiferentes.

Falando agora aos homens, penso que, sem abusar da metáfora, uma vez que Salomão dirige a eles sua palavra no texto em questão, aqui vale pensar que para achar uma gema genuína, é bastante deixar que a glória de Deus que trazemos em vasos de barro, brilhe sobre ela. Se houver luz da glória em oferta, de um lado, e pedra genuína para recebê-la de outro, haverá brilho em resposta. E um tesouro terá sido achado.

Semeia!

Algumas leis espirituais existem e são inexoráveis em suas resoluções.

Lendo a Bíblia, nós as identificamos porque estão explícitas. Quando lemos o apóstolo Paulo trazendo um lembrete importante para aqueles que crêem na infalibilidade escriturística, no texto de Gálatas (6:7) em que diz: “o que o homem semear, isso também ceifará”, penso ser inevitável associar esta palavra a outra da pena do mesmo autor, onde ele quantitativa a sementeira, dizendo: “… aquele que semeia pouco também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura também colherá fartamente.” (2 Coríntios 9:6) – E tudo isso ainda faz parecer que o apóstolo está fazendo uma releitura do profeta Oséias quando diz: “Eles semeiam vento e colhem tempestade”(8:7). Juntando tudo ao conselho do mesmo profeta em 10:12 – “Semeiem a retidão para si, colham o fruto da lealdade e façam sulcos no seu solo não arado; pois é hora de buscar o Senhor, até que ele venha e faça chover justiça sobre vocês”, torna-se inevitável concluir que este ano que se inicia há de trazer a colheita do que semeamos no ano passado. Outro tanto nos inspira com santo temor a repensar no uso que poderemos fazer das sementes de nossas oportunidades neste ano novo.

De que sementes você se serviu no ano findo? Semeou lágrimas? Fez outros chorarem? Ah! Tomara que tenham sido lágrimas de quebrantamento e intercessão a favor de terceiros ou junto a terceiros!

Mas, uma boa notícia: Você regou o chão com suas lágrimas? Haverá consolação.

Use suas melhores sementes este ano. Profusamente e pela fé nAquele que sempre cumpre o que promete. Read more “Semeia!”

Comunhão

Conhecemos o conceito como uma idéia. Teologicamente, ele é derivado da palavra grega koinonia. Tentamos traduzir comunhão com imagos bíblicas como a Santa Ceia, o Salmo 133; e por força de nossa piedade evangélica queremos reproduzi-la, entre os crentes ou parentes, para nos sentirmos mais biblicamente confortáveis. Em especial em épocas comemorativas-padrão como os dias que encerram o ano. Temos até um título oficial para o primeiro dia do ano: Confraternização Universal. Tudo muito positivo e bonito. Mas onde o lastro de sua realidade e eficácia?

O que marca uma comunhão verdadeira e espiritualmente pertinente? Eventos? Encontros? Esforços humanitários? Reuniões de pessoas e grupos? São válidos, mas apenas tentativas circunstanciais sem fixidez nem fluidez. Cessam após a agenda ou programa.

Anos a fio as igrejas históricas evocaram sobre a vida dos crentes ao final de cada culto, a conhecida oração de Paulo, cunhada como “bênção apostólica”, registrada no último verso da segunda carta aos coríntios, onde a última fala diz: “…a comunhão do Espírito Santo seja sobre todos vocês”. Embora nem sempre concretizada, expressa a única verdade possível por detrás da perspectiva e esperança de comunhão: o mover, o habitar, o lugar do Espírito Santo de Deus na vida de cada um que pretenda comunhão com outros. Somente vidas impregnadas pelo Espírito Santo de Deus, em comunhão com Ele, com esta Pessoa da Trindade, santa como diz seu Nome-título, e sensível ao homem dentro de Sua santidade, de maneira que pode ser absorvido como água em profusão até o transbordamento, ou resistido, entristecido ou apagado; somente vidas em comunhão com Ele, repito, podem ser instrumentos de comunhão com os demais. E se atraem mutuamente.

Minimamente falando, comunhão significa ter em comum. Comunhão pretendida sobre estereótipos ou formas comportamentais não é eficaz nem permanente. Biblicamente falando, sequer possível como tal. Não basta tentar comunhão através de um programa comum a vários, ou por meio de coisas que nos aproximem ou assemelhem. À luz da Palavra de Deus, a comunhão é real e possível, plena e eficaz, quando vivenciada por aqueles que têm em comum o Espírito Santo de Deus e os valores que Ele aprova. Todo ajuntamento, de qualquer ordem, religioso ou profano (comunitário, social, parental) que não tenha o Espírito por lastro, não redunda nem corresponde à comunhão, nos termos revelacionais da Palavra de Deus. É apenas ajuntamento, e suas razões ou motivos não estão sob a égide da determinação divina, e esta é a razão por que não formam corpo, unidade. Talvez camaradagem seja a palavra que defina melhor o ajuntamento.

O que for diferente de comunhão, é apenas frustrante e passageiro arremedo. Pode ser traduzido por união, encontro; mas a comunhão se traduz em unidade, e isto nada tem a ver com ajuntamento extemporâneo de pessoas.

Outro tanto, vale questionar: por que e para que comunhão? Primeiramente porque Jesus estabeleceu a comunhão como sinal de que somos dEle, e insistiu nela rogando ao Pai esse espírito de unidade entre os crentes, conforme nos mostra João 17. Atentemos ao verso 21: “…para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” E a razão se intensifica à luz do verso 23: “…eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste.”

Tem mais. O salmo 133 decide que na experiência de comunhão com os irmãos e nela, reside a possibilidade das bênçãos de Deus a serem derramadas, quando diz: “…Ali o Senhor concede a Sua bênção.” (V.3). O Espírito do Senhor é Deus da comunhão. Ele aproxima as pessoas nas quais flui, e elas se procuram.

Neste ano novo, busquemos atender à Palavra que convida: “Encham-se do Espírito” (Efésios 5:18) para que, tendo comunhão a viabilizar, recebamos sobre nossas vidas a aprovação da exclamação do salmista, que expressa admiração: “Oh, quão bom e quão suave é…” (Salmo133:1), de maneira que nossa vida de comunhão real, seja um culto constante a Deus.