O Cordeiro Dentro da Casa

Leiamos Êxodo 12: 1-7 –

Aqui temos toda uma simbologia que encontra lugar prático e eficaz em nossa vida cristã. Jesus como Cordeiro nos lembra aquele que tira o pecado do mundo. É assim que se começa: com confissão, purificação de pecados, inclusive os domésticos de que nos conscientizamos.

1- Levemos o Cordeiro para dentro de casa;

Cada família precisa dar conta de todo um cordeiro. Um inteiro para cada lar.

O que precisa ser servido à mesa é o Cordeiro. Não as coisas imundas, vistas ou faladas, e isso inclui muito da parafernália que a mídia virtual oferece. A sujeira do mundo.

É preciso comer do Cordeiro todo dia, e em casa, com a família, não só aos domingos e no templo. É importante aprender a verbalizar pedido de perdão em casa, reconhecendo faltas contra a família.

O Cordeiro se come à mesa, no lugar comum a todos na casa. A capacidade de buscar e oferecer perdão. Come-se o Cordeiro na consciência e confissão de pecados. Isto é o que se faz na intimidade do lar.

2- O verso 7 de Êxodo 12 mostra o que se faz com o Cordeiro que fica evidente aos de fora, quem quer que sejam, homens ou demônios : passar um pouco do sangue nos umbrais da porta.

É necessário que nosso lavar-nos no sangue seja evidente até aos vizinhos.

Testemunho de aliança com Cristo. O sangue fala de estar em aliança.

A maneira da casa conduzir-se, viver o dia a dia comum a todos, evidencia que ali há o sangue que falta nas outras casas. Algo como : “Aquilo que entra nesta casa não é o que entra nas outras; e muito do que entra nas outras, não serve para esta”. Sem precisar ser radical, mas indo até lá se necessário for.

Fala de buscar esconderijo contra o mal, pela fé na aliança que esse sangue do Cordeiro propicia.

O Senhor edifica a casa quando o sangue desta aliança está nos umbrais da casa, e isso significa, dentre outras coisas: eu saio e entro pelo sangue, ou seja, “o que faço lá fora, faço aqui dentro” e vice-versa.

Como se realizam estas coisas?

É então que temos lições a desdobrar do texto: o Cordeiro deve ser comido com ervas amargas. Estaria longe de nós o entendimento do significado disso na realidade de nossa vida cotidiana? Há quem pense e ensine que ser cristão é garantia de uma vida sem lutas e sem dores. Longe disso, somos lembrados que “no mundo teremos aflições”. Comer o cordeiro com ervas amargas contempla a junção da fé em Sua presença redentora, em meio às vicissitudes.

E o que deve ser comido do Cordeiro? Assados ao fogo, a cabeça, as entranhas e os pés. Penso que comer a cabeça é nos tornar participantes de Sua visão, deixar-nos guiar por Seus pensamentos. Comer os pés nos compromete com Seu caminhar, tanto quanto nos lembrou João ao dizer: “aquele que afirma que permanece nele deve andar como ele andou.” – (1 João 2:6). E Paulo nos ensina o significado de comer as entranhas do Cordeiro quando diz: “Quero conhecer Cristo, o poder da sua ressurreição e a participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte” (Filipenses 3:10).

Esta é a emblemática lição de um lar comprometido com o Cordeiro do Deus que constrói a nossa casa. Comamos do Cordeiro, em casa! Necessitamos ser revestidos da natureza do Cordeiro de Deus.

Causas Para Ajoelhar

“Por causa disso, ponho-me de joelhos diante do Pai,”

Efésios 3:14

A Bíblia não determina formas físicas para o ato da oração, como as criamos: olhos fechados, mãos postas ou erguidas, olhando para o alto, etc. Ela não estabelece. A forma física na oração é achada muito livre. Parece ficar a critério da necessidade de cada um.

Sabemos que Jesus algumas vezes orava levantando os olhos ao céu e também lemos de outras vezes em que Ele foi achado prostrado, de joelhos, no Getsêmani. É Lucas quem informa. Mas é interessante que a expressão “ficar de joelhos” é usada por Paulo e cria essa figura, imagem piedosa, no cenário da fé. Também ele afirmou que um dia “todo joelho se dobrará” diante de Jesus.

No Velho Testamento vemos Salomão se ajoelhando para orar (II Cr. 6:13). Ainda assim, em nenhum lugar isso nos é imposto como forma ou ritual. E sempre que figuras humanas são achadas ajoelhadas diante de alguém, o fazem no cumprimento literal do significado do ajoelhar, que é adorar, reverenciar. Poucas vezes para pedir.

Paulo, ao que parece no livro de Atos, costumava ajoelhar para orar. Pelo menos vemos isso quando ele ora despedindo-se dos presbíteros em Éfeso. Contudo, é interessante que, num longo texto, como a carta aos Efésios, o apóstolo usa o verbo orar por diversas vezes, sinalando várias razões, mas num dado momento como este, intensifica a ação, afirmando que se põe de joelhos e expõe a causa, ao dizer: “Por esta causa”.

Isto impõe umas questões: Qual a causa da genuflexão do apóstolo? E por que causa nós nos ajoelhamos diante de Deus? Vamos comparar?

Não conheço suas causas. Mas diante de nós destacam-se as  do servo de Deus:

CAUSAS ADORADORAS

Que aparecem antes, nos capítulos 1 e 2. O glorioso e eterno plano de Deus a favor dos homens. E ainda 3:20-21. Quando ele afirma no verso 14, ” por causa disso”, faz desta expressão o centro de todo o texto, abarcando o que vem antes e o que prossegue. É todo um discurso que começando em 1:3, pontua a obra da redenção a nosso favor, e tudo mais que resultou disso em nossas vidas, contemplando o plano eterno de Deus e as posições espirituais que nos foram concedidas. Após avaliá-las todas, o servo de Deus por essa causa, “se põe de joelhos” perante o Deus e Pai. Gratidão e admiração adoradoras estão em pauta aqui, motivando o ajoelhar.

CAUSAS MINISTERIAIS – 3: 2-12

Em seguida o servo de Deus volta seus olhos neste trecho, para ver o que Deus fez com ele e nele a favor de Seu propósito. O lugar que lhe coube no plano eterno do Deus e Pai, a favor da ministração do grande mistério da Graça redentora e inclusiva. Saber-se posicionado e comissionado para tamanha tarefa, apesar de sentir-se tão pequeno e insuficiente, move-o a  “se por de joelhos”, e adorar.

CAUSAS INTERCESSORAS – 3: 1, 16-19; 1:18.

E então as causas do ajoelhar de Paulo ultra dimensionam os contrastes. Estes textos nos expõem o teor da oração dele por terceiros. Ao se ajoelhar a favor da vida de outros, o núcleo de seu clamor é em direção ao que é eterno. Ele nada pede em caráter temporal, material ou passageiro, como via de regra é o que dita o conteúdo de nossas intercessões por nossos filhos, amigos e parentes. Até por conta dos pedidos de oração que eles nos fazem. Ele contempla a espiritualidade deles, sua necessidade de crescerem no conhecimento da graça de Deus, a necessidade de serem filhos mais aproximados do Pai. Motivos com compromissos eternos, em função do Reino de Deus, do que respeita à eternidade. Isso nos lembra inevitavelmente Jesus dizendo em Mateus 6:33 – “Busquem em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas”. Aí desponta um claro exemplo do que significa priorizar o Reino. Geralmente priorizamos “as coisas a serem acrescentadas”.

Por que causas ajoelhamos perante nosso Deus? Você tem motivos para ajoelhar? O que nos tem movido a nos ajoelharmos na condição de filhos, perante nosso Deus e Pai Eterno? E quando o fazemos, o que compõe nosso clamor?