Fé: Esperança Ou Desespero?

Para que serve a fé? Ou ter fé? A Palavra de Deus afirma que a fé é um recurso (fenômeno) dado por Deus. Qualquer coisa que pretenda ser ferramenta para o transcendentalismo sem ser essa dádiva divina, o mais que consegue atingir é o status de mentalização, porque a fé não é nem alguma forma de energia psíquica nem mero derivativo do racional humano como filosofias e equivalentes. A fé é um construto inerentemente espiritual, tal como a esperança, que a alimenta.

Por sua vez, da mesma maneira como o ser humano almeja perpetuidade, porque o anseio pela eternidade foi posto por Deus dentro dele (Eclesiastes 3:11), esse anseio gera um substrato de esperança, em função da qual toda a estrutura psíquica da humanidade funciona. Diferentemente de todos os demais seres vivos, nós, humanos, vivemos em função do dia seguinte, e em direção a ele, para dizer o mínimo.

Na dimensão da fé, ela se alimenta da esperança que vai muito além do dia imediato, por contemplar a eternidade com Deus, e assim carreia um número incontável de comportamentos que caracterizam e definem o crente no seu devir.

Mas a esperança que se serve da fé, não corre somente na direção de coisas, e sim na direção da Pessoa de Deus. Esperamos, não “no que” e sim, “em Quem”.

Por conta disso, bem biblicamente assentada numa confissão teísta, e lançando para o nada os argumentos deístas, que são inócuos, pois o melhor que podem propor ao crente é o desespero quando lhe pretendem fazer crer que ele está por sua conta neste mundo, a fé enxerga a promessa e se serve dela quando a lê em suas máximas escriturísticas, tais como estas:

“(Jesus)…está sustentando todas as coisas pela Palavra do Seu poder” – Hebreus 1:3.

“Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nele, e ele agirá” –  Salmos 37:5

“Deus é quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele.” – Filipenses 2:13

“Depositei toda a minha esperança no Senhor; ele se inclinou para mim e ouviu o meu grito de socorro. Ele me tirou de um poço de destruição, de um atoleiro de lama; pôs os meus pés sobre uma rocha e firmou-me num local seguro.”- Salmos 40:1-2.

“Senhor, concede-nos a paz, porque todas as nossas obras tu as fazes por nós.”- Isaías 26:12.

“Assim, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade.” – Hebreus 4:16

“Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês.” – 1 Pedro 5:7

 “Pois quem resiste à sua vontade?”- Romanos 9:19

“Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês’, diz o Senhor, ‘planos de fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro.” – Jeremias 29:11

Podemos acrescentar todo o salmo 23, que investe no contínuo fazer do Supremo Pastor a favor de Suas ovelhas.

Se o coração do crente não estiver guarnecido dessa fé que vê no Deus Eterno o Pai, no trato pessoal e direto com cada um de Seus filhos, o máximo que esse coração vai abrigar é um pensamento elevado para uma forma mais equilibrada de vida, semelhante às filosofias orientais e conceitos de auto-ajuda, mas longe de ser aquela fé bíblica, definida em Hebreus 11:1 como “…a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos” e que adora um Deus pessoal.

Glória a Deus pela fé que aproxima dEle o crente, para confessar em oração e forma de viver, sua completa dependência diante dAquele perante Quem ninguém é autossuficiente.

Vale orar, como o fizeram os discípulos: “Senhor, aumenta-nos a fé” – Lucas 17:5.