Quando andavam pelo caminho, um homem lhe disse: “Eu te seguirei por onde quer que fores”. Jesus respondeu: “As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça”. A outro disse: “Siga-me”. Mas o homem respondeu: “Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai”. Jesus lhe disse: “Deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos; você, porém, vá e proclame o Reino de Deus”. Ainda outro disse: “Vou seguir-te, Senhor, mas deixa-me primeiro voltar e despedir-me da minha família”. Jesus respondeu: “Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus”. Lucas 9:57-62
Há um paralelo doutrinário entre este texto acima e o texto de Romanos 1:1-7 onde Paulo nos aponta o fato de que somos cristãos a partir de um chamado divino, pessoal. Nele podemos identificar que além de um chamado específico, visto na pessoa do apóstolo, há um chamado geral que alcança todos nós, e que tem desdobramentos interdependentes, onde se pode alinhavar: Chamado para obedecer pela fé; Chamado para pertencer a Jesus; Chamado para ser santo. Textualmente. Vejamos o texto referido: “Paulo, servo de Cristo Jesus, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus, o qual foi prometido por ele de antemão por meio dos seus profetas nas Escrituras Sagradas, acerca de seu Filho, que, como homem, era descendente de Davi, e que mediante o Espírito de santidade foi declarado Filho de Deus com poder, pela sua ressurreição dentre os mortos: Jesus Cristo, nosso Senhor. Por meio dele e por causa do seu nome, recebemos graça e apostolado para chamar dentre todas as nações um povo para a obediência que vem pela fé. E vocês também estão entre os chamados para pertencerem a Jesus Cristo. A todos os que em Roma são amados de Deus e chamados para serem santos: A vocês, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.”
O chamado é fato. Tem seu ponto de partida em Cristo e através Dele.
As respostas podem variar, e ao variarem denunciam um mesmo obstáculo: “primeiro meu interesse, com nome de minha necessidade”. É o que se percebe de forma clara nas respostas de cada um dos três homens citados em Lucas, nesse momento de encontro com Jesus.
1- A oferta temerária – Porque não registra consciência de realidade, por ficar comprometida com o entusiasmo. E assim se mostra vazia para a vida de fé. É o que revela a fala desse primeiro interlocutor: “Eu te seguirei por onde quer que fores”. Depois, no segundo, aquele a quem Jesus chama diretamente, temos:
2- A resposta avaliadora – Vista naquela que não abre espaço para a especificidade: “Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai” É vazia para sujeitar-se ao senhorio de Cristo. E no terceiro, o outro que se apressa a se declarar seguidor temos:
3- A resposta inapta – Porque é aquela que não prioriza para o Reino, não se separa (santificação): “Vou seguir-te, Senhor, mas deixa-me primeiro voltar e despedir-me da minha família”. Não faz a inevitável ruptura proposta aos chamados como foi tipificada no primeiro que foi chamado por Deus a viver para Ele: Abraão.
Qual resposta define o chamado que temos recebido?