Aquele Que Há de Vir

Antes de tudo saibam que, nos últimos dias, surgirão escarnecedores zombando e seguindo suas próprias paixões. Eles dirão: “O que houve com a promessa da sua vinda? Desde que os antepassados morreram, tudo continua como desde o princípio da criação”. Mas eles deliberadamente se esquecem de que há muito tempo, pela palavra de Deus, existem céus e terra, esta formada da água e pela água. E pela água o mundo daquele tempo foi submerso e destruído. Pela mesma palavra os céus e a terra que agora existem estão reservados para o fogo, guardados para o dia do juízo e para a destruição dos ímpios. Não se esqueçam disto, amados: para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor não demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Ao contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento. O dia do Senhor, porém, virá como ladrão. Os céus desaparecerão com um grande estrondo, os elementos serão desfeitos pelo calor, e a terra, e tudo o que nela há, será desnudada.”

2 Pedro 3:3-10.

A esperança cristã está fundeada sobre dois grandes pilares: a ressurreição dos que crêem em Cristo e o Dia de Sua Segunda Vinda.

Pode ser que ainda se ouça por aí alguma coisa sobre a Páscoa. Mas sobre a Segunda Vinda do Senhor, onde você ouviu pela última vez, ao vivo, e quando?

Não quero elencar os motivos por que este grande pilar da fé pode estar em suspenso, mas sei algo importante para dizer: Sempre que houve na história da Igreja em qualquer tempo e lugar um mover do Espírito de Deus que chamamos de Avivamento, a esperança de Sua vinda ficou em foco e de forma intensa. A outra coisa a dizer, que reforça quanto a este assunto, é que ele é tão importante para o Espírito Santo, que desde o Velho ao Novo Testamento, a Segunda Vinda é mencionada mais de 300 vezes! Alguém já apontou que para cada profecia alusiva à primeira vinda de Cristo, como o Messias, temos duas vezes mais as que anunciam que Ele voltará a este mundo um dia. De fato, Judas assinala uma profecia que é atribuída a Enoque, nos primeiros dias da humanidade, na qual ele já anunciava a vinda do Filho de Deus pela Segunda vez ao mundo: “Enoque, o sétimo a partir de Adão, profetizou acerca deles: ‘Vejam, o Senhor vem com milhares de milhares de Seus santos, para julgar a todos…”(vv.14 e 15).  Só por aí, percebe-se a tamanha importância que a Palavra de Deus dá a esta doutrina.

A ideia de uma intervenção divina neste planeta, interrompendo o curso da história, com as cenas preditas do arrebatamento da geração de crentes fiéis vivos por essa ocasião, parece irreal demais a muitos, para ser crida. Especialmente porque em torno dela, seitas foram criadas, fazendo interpretação literal de textos de Apocalipse, e pintando com cores de distorção e de forma fantasística a  Verdade, de tal ordem, que ela se tornou pouco crível.

Outro tanto, tal como Pedro profetizou no texto lido, para muitos, tudo parece estar bem demais e dando muito certo para ser interrompido de repente e sofrer cessação injustificada.

Outros acham que Deus só cumprirá a promessa quando a administração do homem no e ao planeta se tornar inviável e inviável a vida na terra.

Mas não tem nada a ver com ecologia ou depredação de ecossistemas. Tem a ver com o tempo de Deus, o kairós irrompendo em nosso kronós, e também com o estado pecaminoso na terra, pondo em perigo a existência e integridade da Igreja, e outro tanto a credibilidade de seu testemunho.

Jesus disse que Ele virá à hora em que não pensamos. É fato. A Igreja que cada vez pensa menos nisto, terá esquecido esta e muitas outras doutrinas-promessas, pois Ele disse que virá num tempo em que “porventura achará fé na terra?”

A iniquidade terá crescido tanto que Ele disse que “o amor de muitos esfriará”. E então a Igreja estará de fato em perigo, como nunca esteve antes. Porque não se trata de perigo externo, como perseguições e mortandade, mas perigo por dentro, corroendo o que ela tem e é.

Mas ao seu redor, tudo estará indo bem, pois Ele disse que virá num tempo semelhante aos dias de Noé e de Ló, em que as pessoas comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até que a tragédia lhes sobreveio. É o texto de Lucas 17: 26-30 – “Assim como foi nos dias de Noé, também será nos dias do Filho do homem. O povo vivia comendo, bebendo, casando-se e sendo dado em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então veio o Dilúvio e os destruiu a todos. Aconteceu a mesma coisa nos dias de Ló. O povo estava comendo e bebendo, comprando e vendendo, plantando e construindo. Mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu fogo e enxofre do céu e os destruiu a todos. Acontecerá exatamente assim no dia em que o Filho do homem for revelado.”

Então não será uma intervenção provocada pelos homens, mas pelo decreto de Deus, tal como na primeira vinda de Seu Filho.

O fato é que Jesus virá! E o dia e a hora ninguém sabe e nem saberá. Todos os que se atreveram a datar esse dia, foram envergonhados como enganadores. Mas isso não muda o fato de que Ele virá e Sua vinda pegará a todos de surpresa. O apóstolo João disse que “todo olho O verá” – Apocalipse 1:7.

Ele vem e irromperá e interromperá a História. Mas nos advertiu a não ficarmos distraídos, antes vigiarmos esperando. Podemos ler esta exortação em Lucas 21: 25-28 – “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações estarão em angústia e perplexidade com o bramido e a agitação do mar. Os homens desmaiarão de terror, apreensivos com o que estará sobrevindo ao mundo; e os poderes celestes serão abalados. Então se verá o Filho do homem vindo numa nuvem com poder e grande glória. Quando começarem a acontecer estas coisas, levantem-se e ergam a cabeça, porque estará próxima a redenção de vocês”.

Jesus assegurou que a vigilância sobre esta promessa era tão importante para a Igreja militante na terra, que Ele achou indispensável adverti-la e ajudá-la a discernir os tempos, estabelecendo sinais indicadores da proximidade desse tempo.

Cada geração de crentes que nos precedeu, sentiu-se na iminência desse Dia, mas nenhuma anterior à nossa geração, viu o que temos visto; em especial a geração do pós Segunda Guerra Mundial, que viu nestes já decorridos últimos 75 anos a terra ser poluída, pervertida, contaminada e depredada numa velocidade tal e numa proporção tão astronômica, porque nestes 75 anos conseguimos produzir destruição tal, em nome do progresso e da ciência, que os milênios de existência da humanidade construíram e jamais deterioraram em tamanha rapidez e quantidade. Conseguimos produzir até mesmo lixo cósmico, chegando ao limiar do cumprimento da profecia que preconizou: “As potências do céu serão abaladas”.

Somos a geração que pode explicar ao vivo e a cores muitos dos mais solenes sinais que antecedem a Segunda Vinda de Cristo ao mundo. Alinhavamos apenas alguns entre eles, e conquanto sejam apenas alguns poucos, são suficientemente eloquentes para nos porem em alerta:

(A)- Jesus sinalou o crescimento de abalos sísmicos. A Sismologia registra um histórico onde consta que no século XIV ocorreram 137 terremotos; no século XV, 174; no século XVI, 253. Saltando para o século XX, até à década de 1980, 18 mil terremotos, no mundo, já estavam assinalados num espaço de 80 anos! É uma proporção de crescimento geométrico. Isso lhe causa admiração? Esse crescimento tão fantástico? Talvez alguém diga: os instrumentos de aferição e os veículos de comunicação daquelas épocas medievais eram escassos para mensurar um número maior. Então ouça isso: contra os mais de 18 mil terremotos no mundo de 1900 a 1980, temos o registro do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia, em 2019. No ano de 2019, só na Itália foram registrados 14.228 abalos sísmicos e nestes 19 primeiros anos do século XXI, cerca de 700 pessoas naquele país, morreram em decorrência disto. Ao longo do século XX, registraram-se mais de 120 mil mortes só na Itália em decorrência desses abalos subterrâneos. Precisamos pensar em estatística mundial? Teremos números estratosféricos se acrescentarmos aqui países que vivem sob abalos constantes e diários, como Chile, Japão, Islândia, entre outros.

Os cientistas afirmam que a incidência de milhões de terremotos em diversos níveis que têm ocorrido no planeta, contribuem para o aumento do nível do mar, somado ao nosso já famoso e conhecido “efeito estufa”, contribuindo assim para assinalar um outro sinal: elevação do calor em escala mundial e elevação do nível do mar correspondendo ao aviso da submersão das grandes cidades costeiras, como Rio de Janeiro, Santos, tantas outras capitais no Brasil e grandes cidades no mundo, como Veneza.

Esses sinais passariam desapercebidos se a ênfase não caísse sobre sua aceleração e multiplicidade. Acresça-se que nenhuma geração anterior à nossa assistiu ao fenômeno do efeito estufa ou sobre-elevação da temperatura do planeta.

(B) – Um outro grande sinal: O crescimento irrefreável do saber, com seu efeito colateral na degradação moral do homem.

( C ) – A pestilência em larga escala vem como outro grande sinalizador. Não parece irônico que uma vez vivendo no tempo do império do saber e da ciência tecnológica, ainda não erradicamos  Aids e quando ainda a temos assolando o mundo, estamos desesperados por encontrar a vacina que refreie a Covid-19, a pandemia atual? Não seria de esperar que uma humanidade tão bem servida de ciência e seus insumos não fosse mais assolada por qualquer pandemia? Pandemia não nos parece coisa da Era Medieval?

(D) – Preciso falar sobre as guerras como sinal? O mapa do mundo levou séculos para ser redesenhado depois da Idade Média, época em que, acresça-se, uma das razões para o redesenho era a descoberta, o acréscimo de novos mundos.

No século XX e continuando sem interrupção, o número de guerras territoriais já redesenhou o mapa das nações tantas vezes, que um adulto hoje não pode mais ensinar a uma criança em idade escolar, a geografia das nações, tantas são as mudanças de fronteiras de senhores culturais nos países do mundo.

As grandes guerras deram lugar às microguerras, em multiplicadas vezes e vezes.

Depois temos como sinal o desenfrear do comportamento sexual com normatização de perversões, em escala mundial. Tudo isso predito, parece num primeiro momento que a profecia fará com que tais aconteçam. Não. Ela apenas se limitou a adiantar os desidérios desastrosos que viriam como resultado da depredação feita pelo homem no seu mundo, em escala crescente.

A apostasia da verdadeira fé para abrir espaço a uma confissão que engana porque seu pregoeiro tem cara de ovelha, mas voz de lobo, já está em andamento há séculos. E é outro importante sinal. Apenas muda de forma, de vias, e se intensifica. Lembremos que nos foi dito há 2000 mil anos que o anticristo já está no mundo.

A filosofia, a psicologia, a sociologia e outros ramos da ciência, e a própria igreja institucional, arrogam-se por religião e baluartes da fé, não explicitamente, mas através de seus postulados.

Mesmo aqui no Brasil, vemos evangélicos fazendo da política sua nova plataforma confessional que defendem com tal paixão, que o próprio evangelho e o Reino de Deus jamais receberam paixão sequer próxima, da parte deles.

Este é o tempo do engano, da camuflagem da mentira em verdade, daquilo que Paulo advertiu chamando de “outro evangelho”, ao qual ele também deu o nome de maldito.

Dele são estas palavras, registradas em II Timóteo 4: 2-4 – “Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina. Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os seus próprios desejos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos.”

Há muitos satisfeitos com a presente ordem de coisas. Investem sua esperança em propostas de homens, propostas políticas. Sucumbem à sedução daqueles que os influenciam a pensar positivamente; mas não dão ouvidos a estas advertências e sinais que lhes parecem via de pessimismo, de ver a vida por uma lente sombria, negativista.

Outros crêem em fábulas de escapistas que lhes ensinam que por serem crentes, não verão nem sofrerão as dores desta era, neste mundo. Outros, junto a esses, preferem crer que um viver mundano, sem envolvimento com o Reino de Deus, nada lhes custará quanto àquele dia, apenas porque um dia se entenderam cristãos, e evangélicos. Vale lembrar que o apóstolo Paulo disse que Deus tem uma coroa preparada para todos quantos amarem a vinda de Seu Filho.

Jesus advertiu à Igreja, naquele mesmo texto de Lucas 21 anteriormente lido, desta feita nos versos 34 e 35: “Tenham cuidado, para não sobrecarregar o coração de vocês de libertinagem, bebedeira e ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vocês inesperadamente. Porque ele virá sobre todos os que vivem na face de toda a terra”.

Aí está o aviso. Aí está a advertência.

Também acrescento a finalização do texto de II Pedro 3, com que começamos esta palestra, agora a partir do verso 11: “Visto que tudo será assim desfeito, que tipo de pessoas é necessário que vocês sejam? Vivam de maneira santa e piedosa, esperando o dia de Deus e apressando a sua vinda. Naquele dia os céus serão desfeitos pelo fogo, e os elementos se derreterão pelo calor. Todavia, de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça.”

Encerro com as palavras dos anjos em Jerusalém, quando Jesus subia ao Céu diante dos olhos de centenas de pessoas: “…Este mesmo Jesus, que dentre vocês foi elevado aos céus, voltará da mesma forma como o viram subir”. Sim, Cristo Jesus o Senhor, voltará! Aleluia!

Por conta disso, proclamo: “Maranata! Ora, vem, Senhor Jesus!”