Então todo o povo partiu, cada um para a sua casa, e Davi voltou para casa para abençoar sua família.” – I Crônicas 16:43.
Foi o tempo de uma grande festa em Israel. Festa de Deus e para Deus. O rei Davi estava feliz pela restituição da Arca da Aliança a Jerusalém e celebrou isso com um grande culto. Nessa ocasião também ordenou o serviço dos cantores de Israel e as funções dos sacerdotes. Foi quando expôs em público pela primeira vez suas composições de salmos e os entregou aos cantores para conduzirem o louvor. São as mensagens que compõem, respectivamente, os salmos 105 e 96.
A alma de Davi estava em festa, mas o evento chegou ao fim. Era hora de voltarem todos para suas casas. O relato histórico frisa uma acentuada diferença de movimentos entre o povo e Davi.
Havia ali milhares de chefes de família constituindo o povo e em destaque o seu rei. O texto afirma que todo o povo foi embora para casa e também Davi. A nota de realce fica por conta de Davi que volta para casa com um propósito: abençoar sua família.
O mesmo texto nos diz que antes disso o rei já havia repartido pão, bolos e frutas entre o povo. Logo, não é disso que fala ao registrar que ele leva bênçãos para sua casa. Como foi dito, a alma de Davi estava em festa. A festa acabou no visível e real, mas não o seu efeito no coração do rei.
Creio que é esse efeito que ele leva para dentro de casa. É o que pretende repartir com sua família.
Aqui desponta uma nobre lição para nós hoje, homens e mulheres chefes de seus próprios lares: somos sacerdotes e sacerdotisas neles. É o primeiro lugar onde podemos desempenhar nossas funções de sacerdócio real: intercessores, ministradores, abençoadores. É o ninho onde nos recolhemos ao final de cada dia. É nosso único espaço-encontro-eu. Onde somos quem somos e podemos ser como somos. Nosso refúgio, nosso jeito, nosso cheiro, nossa cor e cara. Nosso santuário, enfim. Sejamos sacerdotes nele. Assumamos o compromisso possível e para o qual estamos devidamente potencializados por Deus para abençoar nossa família, levando a ela nossa alma, o que ela vivencia e percebe da Presença de Deus.
Se somos abençoadores de nossa própria casa, por certo isso se estenderá porta a fora, quando a casa sair pela porta das ruas. Mesmo aqueles e aquelas que por circunstâncias ou opção vivem sós em suas casas, podem nelas ministrar de forma que essas casas se tornem ambientes de refúgio e refrigério a quantos por ela transitarem. E quando não houver outro a abençoar ali, abençoemos nossas próprias vidas, pois disso se servirão outras vidas mais, depois.