Visão Divina

Este foi o nome que ela deu ao Senhor que lhe havia falado: “Tu és o Deus que me vê”, pois dissera: “Teria eu visto Aquele que me vê?” – Gênesis 16:13. 

Nosso foco não é a experiência isolada de Agar, serva de Sara, mas seu ponto de partida, o que ela abre para nós. No entanto impõe-se rever este momento de sua história: Agar fugindo de sua senhora Sara, a quem havia faltado com respeito e que por sua vez despeitada por conta da gravidez de sua serva, a maltratou, de tal ordem que ela preferiu fugir e buscar refúgio no deserto. Correu até parar junto a uma fonte, um oásis, e foi nessa situação que experimentou uma teofania. Nosso ponto reside na descoberta de Agar. Visitada por uma figura angélica, ou tendo ouvido sua voz, ela se deu conta de que estivera sendo vista por Deus e concluiu, a partir daí, que Deus é o DEUS QUE A VÊ.

Este senso de ser foco da visão divina precisa ocupar lugar central em nossa fé. Creio que posso dizer seguramente que temos uma fé incomparavelmente mais nutrida pela Revelação escrita de Deus do que tinha Agar. No entanto, a pouca bagagem escriturística daquela escrava egípcia não a impediu de perceber uma verdade profunda, que muitas vezes nos falta a despeito do que conhecemos.

Faz parte de nossa terminologia dizer que adoramos um Deus vivo e reforçamos o argumento para fazer contraste com adoradores de ídolos,  “que têm boca mas não falam, têm ouvidos mas não ouvem, têm olhos mas não vêem”

Adoramos em espírito um Deus que é Espírito e portanto nossa consciência de Sua visão é um assentimento de nossa fé que aceita o antropomorfismo da linguagem bíblica para crer que Deus vê. O que nos importa não é o instrumento de que Se serve o Deus Eterno para nos ver. Importa-nos saber que Ele nos vê, e a partir daí, surgem dois desdobramentos: O significado da visão de Deus e nossa consciência pessoal dessa visão divina.

Comecemos pelo primeiro: O Significado da Visão Divina.

Quero pensar nele em termos bem bíblicos. Creio ser o mais importante para nos darmos conta do que Ele nos oferece à fé por Sua Palavra.

Atentemos a Salmo 102: 19 e 20.

Nos mesmos termos temos: Êxodo 3:7.

A estes podemos somar II Crônicas 7:15.

Seguindo no filão das informações bíblicas de que Deus vê, haveria uma infinidade de textos paralelos. Não é esse nosso propósito. Preferimos alencar os textos que dão mais propriedade a esta revelação nos termos da experiência de Agar: uma visão definida, com propósito.

Cada um destes textos nos comunica que há uma ação divina direta a nosso favor, que é peculiar a nós e que revela uma disposição de Deus comprometida com cuidado, assistência, vigilância e nos termos mais próprios à experiência de Agar e que precisam estar bem centrados em nossa fé: atenção. Há algo da parte de Deus que nos è oferecido, de cuja profundidade e grandeza não nos apercebemos como deveríamos e isso com lamentável perda para nós: somos objetos de Sua divina atenção. E isso inclui Seus pensamentos, como dito em Jeremias 29:11.

Creio que os salmistas celebraram essa experiência quando escreveram as mensagens do Salmo 121 e 139. Neste último, a revelação se torna magistral quando ele diz: “Os Teus olhos viram o meu embrião…” (139:16). É minimamente reconfortante!

Mas há ainda o outro aspecto do tema em questão. Nosso posicionamento ou conscientização diante de tais promessas. É onde deveríamos aprender com Agar o que eu chamo de Nossa Consciência Pessoal de Visão Divina.