Compromisso de Gratidão

Salmo 116:1-19

Introdução

Nosso propósito não é uma abordagem expositiva deste salmo, mas pontuar o tema que o verso 12, eixo de sua mensagem, destaca para nós, porém servindo-nos do texto deste salmo – “Que darei ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito?”

Há uma preocupação na mente do salmista que permeia todo o salmo. Ele recorda as diversas circunstâncias críticas em que se encontrou, em cada uma das quais recebeu ajuda e livramento da parte de Deus. Salienta que todas foram respostas a seu contínuo clamor ou cada vez que a Ele clamou. Dá-se conta de que a bondade do Senhor lhe era constante e por isso podia dizer ao seu coração para descansar.

E o que nos ensina? Que há uma dívida de gratidão na alma crente para com seu Deus.

E Deus atenta a essa gratidão. É bastante percebermos o fato de que tanto nos salmos quanto o apóstolo Paulo nos exortam a esse respeito: “Rendei graças ao Senhor”(Sl. 111:1); “Bendize, ó minh’alma ao Senhor” (Sl.103:1) e: “Em tudo dai graças, pois esta é a vontade de Deus para convosco em Cristo Jesus” (I Ts. 5:18) e aqui fica explícito que é o que Deus quer.

Mas, voltando ao salmista, percebemos em sua pergunta que ser grato a Deus tornou- se para ele uma preocupação, parte de sua vida. E aqui começam seus ensinamentos: Isto não deveria pesar em nosso coração também?

De nosso campo de observação nos damos conta de um exercício de fé petitória que não só nos impede de achar espaço para a gratidão quanto nos torna ingratos, maioria das vezes. Algumas vezes nos deparamos com vidas que na contramão de I Ts. 5:18, se permitem queixosas e questionadoras de Deus. Alguém já disse que, se a vida não nos faculta motivos de gratidão pontual, a certeza de nossa eterna salvação é bênção mais que suficiente para ” em tudo darmos graças”.

E, uma vez que sabemos que sobre um mandamento apostólico está a expressa vontade de Deus, aprendamos com o salmista como assumir um compromisso de gratidão:

I – GRATA MEMÓRIA

Ele a apresenta nos versos 3, 6, 7, 8, 16.
Cada uma dessas situações históricas em sua vida são substratos de nossa experiência espiritual,ou seja, livramentos da morte eterna, de cadeias espirituais.

II – BUSCA E RESPOSTA

Há algo de especial no fato dele pontuar com alegria que Deus ouve e responde a cada vez que ele clama. Esta é a mais especial via de experiência espiritual na vida cristã, a mais misteriosa e deveria ser a mais atraente: ter acesso e lugar na presença de Deus, tal como a tanto somos convidados em Hebreus 10:19-22.
Percebamos: vv. 1, 2, 4.
Em nossa caminhada com Deus, a oração é o ponto máximo. Por ela achamos acolhimento, refrigério e se aprendemos a comunhão com Deus e esta é a única via, então desenvolvemos intimidade e a segurança de Sua presença. A isso Ele nos convida e incita: Jeremias 29: 12-14a.”Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração. E serei achado de vós…”

III – COMPROMISSO

Não há como ser grato sem se comprometer com a gratidão.
À sua pergunta no v.12, o próprio salmista responde, como sendo aquilo que Deus espera receber.
Ele começa com a mais importante resposta ou solução: v.13 – “Tomarei o cálice da salvação…”
De que isso pode nos falar? O que nos sugere a idéia de erguer um cálice? Brindar. Brindar a consciência de salvação, certeza da salvação. É o resultado esperado por Deus de todo o investimento feito em nossas vidas por meio da oferta de Cristo Jesus na cruz do Calvário para nos redimir.
É como viver na dimensão de Isaías 12:3 – “Vós, com alegria, tirareis água das fontes da salvação”.
Aí mesmo, logo em seguida, ele aponta outra resposta: ” invocarei o nome do Senhor”. Nenhum outro, nenhum adjutório. Só o Senhor, e isso fala de crescer na dependência de Deus pela fé.

E mais: v. 14 – ” cumprir os votos feitos para com Deus”. Aqui crescemos na consciência de compromisso, porque significa minimamente em avançar, ousar ter envolvimentos na vida de Deus, nos Seus propósitos, Sua obra. Partir em direção a realizar para Ele dentro de nossa história. Eu gosto de pensar nisso como construir um memorial de vida que sirva de legado para outros depois de nós.

E por último, reforçando tudo isso, no v.17 ele assume que esse envolvimento gratulatório precisa ser sacrificial, custar-nos algo, ainda que esse sacrifício envolva até o próprio invocar ao Senhor, ou seja, sacrificar tempo, espaço e compromissos pessoais, para invocá-Lo, estar em Sua presença.

Resta reforçar que esta é a vontade do Senhor, como disse Paulo, que também disse em Romanos 1 que fomos chamados à obediência por fé.
São tantos os benefícios! Incontáveis! Ele é o próprio benefício. Que daremos ao Senhor?