O Intercessor Eterno

João 17:1-26.

O que a intercessão de Jesus buscou a nosso favor?

São três os objetos, alvos desta intercessão do Senhor Jesus:

Ele mesmo;
Os líderes da fé, aqui representados pelos apóstolos;
A igreja, decorrente do discipulado deles.

1- Quando ora a Seu favor, Jesus pede uma única coisa: o retorno ao Seu estado primitivo de glória, a glória da unidade com o Pai, para que o peso dessa glória se traduza em Deus glorificado por Ele. Lembremos que Paulo nos mostra em Filipenses 2 que para encarnar, Jesus “esvaziou-Se a Si Mesmo”.

Mas, o que entendemos da glória de Deus?

Quanto ao mundo criado é a Sua manifestação divina, em seus efeitos, mas é mais que Seu poder.

Quanto à própria pessoa de Deus consiste em Sua natureza insondável, fala de Sua majestade eterna.

Quanto à Pessoa de Jesus, equivale ao que entendemos como um representante de uma majestade com a autoridade plena transferida por ele, como Seu substituto legal, ou seja, que responde por Ele e age na Sua força.

2– Quando ora a favor dos líderes e discipuladores, ele pede:

(A) – A proteção que o nome do Deus Eterno traz. De que isso fala? O Nome de Deus que Jesus manifestou aos homens é PAI, ABBA. Seu Espírito nos foi enviado para tornar isso possível. Protegidos pela paternidade divina, o que fala de um tipo especial de autoridade espiritual. E isso tem de redundar inevitavelmente em unidade, ou seja, um corpo de filhos, disso conscientes.
(B) A proteção quanto ao Maligno e a simbiose deste com o mundo onde os crentes habitam. Ele também nos ensinou a fazer essa oração: “Pai Nosso…livra-nos do Mal…”
(C) E a redundância dessa oração: Que sejam santificados por Deus na Verdade. Deixa claro que não é uma santificação baseada na verdade ou em ideias dela decorrentes, mas aquela que emerge da Revelação Escrita, a Bíblia, aquela que é ditada pela boca de Deus. Santidade escriturada, que apresenta nossas cercas, limites, quanto ao mundo.

Essa tríplice petição é pertinente, porque visa aqueles que servirão de modelo para o restante da Igreja, os demais discípulos. Ela pontua: autoridade espiritual que se alicerça no posicionamento quanto à paternidade divina; no posicionamento quanto ao mundo e seus “deuses”; no posicionamento pessoal quanto às Escrituras e seu efeito naquele que a cumpre.

3– Quando ora a favor da igreja em geral, resultante da obra de discipulado, Ele pede:

(A) Que eles estejam vivendo entre si a unidade pretendida, deles com o Pai e com o Filho. Esta unidade fala altamente de identificação ou identidade, algo do tipo: “com nosso jeito, com nossa cara”. Mas fala de identificação com o que deve ser comum a todos eles: Efésios 4:4-6 e a filiação divina: uma só fé, um só Corpo, um só Deus e Pai…
(B) Que a unidade seja plena e kerigmática, ou seja, suficiente para levar seus observadores a concluir que Deus está neste mundo e com amor (23), pelo testemunho da vida de comunhão de Seus filhos.
(C) Que eles estejam na Sua presença eterna e debaixo do esplendor da mesma glória que Ele buscou para Si: o céu.

Não mais em caráter de oração, mas como expressão de desejo, o v.26 encerra essa magnífica oração rogando que os crentes estejam debaixo do amor do Pai na mesma medida em que o Filho Eterno é amado por Ele. Algo muito especial que esta oração de Jesus nos revela é que qualquer de nós foi coberto por ela. Se tivermos dúvidas quanto a alguém um dia ter orado por nós, João 17 nos revela que Jesus o fez. Aleluia!