Orgulho por Deus

Não se glorie o sábio em sua sabedoria nem o forte em sua força nem o rico em sua riqueza, mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em compreender-me e conhecer-me, pois eu sou o Senhor e ajo com lealdade, com justiça e com retidão sobre a terra, pois é dessas coisas que me agrado, declara o Senhor” – Jeremias 9: 23-24.

Sabedoria, força (poder) e riqueza estão entre as mais cobiçadas coisas da vida, e os que as detêm, recebem aplausos dos demais e delas se orgulham. Na corrida pelo poder e riqueza está empenhada a esmagadora maioria.

O orgulho tem um espectro negativo quando traduz jactância, soberba, superioridade, e é sob este viés que o conhecemos. Mas há um aspecto positivo no orgulho que o torna benfazejo e o distancia de seus correlatos negativos. É quando ele se presta a significar honra, prazer, bem-estar, sentimento de realização pessoal, próprios do pai ou da mãe com relação a seus filhos, ou dos filhos quanto ao bom sucesso e bom nome adquirido por seus pais.

É com este sentido vertido na expressão “gloriar-se”, de que fala o Senhor pela profecia de Jeremias.

Ele pontua essas três dimensões pelas quais anseiam os homens e das quais se orgulham, para dizer que não nelas consiste ou deve redundar o orgulhar-se ou gloriar-se: nem a sabedoria que carreia aplausos e troféus aos que se destacam na ciência, literatura e artes; nem o poder que contraem mandatários ou nações prósperas; nem a riqueza que pode ou não proceder dessas vias, e que impõe respeito, jactância e vaidade aos detentores de posses e ilimitados recursos. Não. Não são eles que garantem razão real para orgulho. Todos eles constituem-se na glória dos homens, a que através de Isaías há muito preconizou o Senhor, dizendo: “…toda a humanidade é como a relva, e toda a sua glória como a flor da relva. A relva murcha e cai a sua flor, quando o vento do Senhor sopra sobre elas; o povo não passa de relva. A relva murcha, e as flores caem, mas a palavra de nosso Deus permanece para sempre”. – Isaías 40: 6-8.

Em contrapartida, a profecia de Jeremias traz um aviso: “Quem quiser orgulhar-se, tenha orgulho de me compreender e conhecer”. Sim, porque compreender e conhecer o Deus eterno e santo só é facultado àqueles que foram a isso movidos pelo Seu Santo Espírito, que lhes deu as lentes da fé para percebê-Lo, ouvi-Lo e assim poderem amá-Lo. Ele é o “amor que jamais acaba” e Seu Reino é maior que “a pérola de grande preço”, de forma que nem a sabedoria dos homens, nem o seu poder admirável ou sua cobiçável riqueza podem de fato lhes servir de coroa, como a coroa de honra de quem pode crer e seguir ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.

Dentre os que se orgulham do que alcançaram nesta vida e do nome que por tais meios fizeram, nenhum há que pode superar os valores eternos, de honra sólida e permanente que cobrem a cabeça dos que conhecem o Senhor. Conhecê-Lo é garantia de paz, de ânimo para a vida, de futuro seguro e certo, em especial quanto à eternidade ao Seu lado. Sabedoria, poder e riqueza, não só se desvanecem, como sem exceção, são vias de ansiedade e muitas vezes de injustiça e impiedade, porquanto apenas humanas. Desvanecem-se como a flor da planta, cujo esplendor é de curta duração. Mas ter no Deus Santo e Eterno o Pai cuidador e amoroso que trata e abençoa a vida dos que O amam e servem, é a maior honra, o maior motivo de orgulho eficaz e santo que pode ocupar o coração até do mais humilde dentre os filhos dos homens.

Os filhos de Deus podem seguramente viver orgulhosos de terem nEle seu Pai Celeste, hoje e sempre, por meio de Jesus.