Força e Coragem

Josué 1:1-18.

“Forte” e “corajoso” são conceitos associados. Nosso texto traz estas palavras como uma recomendação e ao mesmo tempo exigência da parte de Deus e do povo de Israel a Josué, sucessor de Moisés na liderança dos israelitas em direção à Terra Prometida.

Antes de tratar de alguns desdobramentos pertinentes ao texto, gostaria de parar sobre o significado destas palavras dentro dele.

“Forte”, é tradução de um termo hebraico que também pode significar com a mesma propriedade, “ser perseverante”. E “corajoso”, tem sentido semelhante, mas com reforço na ideia de “ser valente”. Um ponto a destacar é que no latim, de onde herdamos nossa língua, corajoso, derivativo de coragem, etimologicamente significa “a ação que vem do coração”, ou agir de acordo com o coração. Ora,    isto abre uma interessante janela para nós, a partir do momento de Josué. Deus o convoca para uma pesada missão, diante da qual até Moisés recuou quarenta anos antes. Deus convoca Josué, cerca-o de promessas; recomenda obediência irrestrita à Sua Palavra, mas requer que seja forte e corajoso para cumprir, como numa explícita condição para o seu bom êxito. Mas aqui temos sabedoria divina: antes de dizer-lhe “tenha o coração nisso”, ou seja, “coragem!”, Deus lhe diz:   “Seja firme, persevere, forte”. Como a dizer: “Seu coração vai agir a partir de sua firmeza”.

Em que Josué teria de ser firme?

Vejamos: primeiramente, em crer nas promessas divinas vistas no verso 5 –

  • “Ninguém resistirá a vc todos os dias de sua vida” – Nós, crentes em Jesus temos um paralelo desta promessa visto em Lucas 10:19.
  • “Como fui com Moisés, serei com você” – A mim isto soa como a linguagem dos salmistas rememorando os feitos de Deus no passado, como a nos lembrar: “Eu, o Senhor, não mudo”.
  • “Estarei com você; nunca o deixarei, nunca o abandonarei”. Dispensa comentários, mas também é inevitável pensar que resume a garantia toda para qualquer enfrentamento, sendo o esteio mesmo da força.

Ora, todos estes movimentos requeridos falam da fé que se apoia em Deus, a fonte de onde a coragem procede.

Depois, em segundo lugar, Josué teria de ser firme em obedecer à Palavra divina, conforme mostram os versos 7-8.

  • Obediência nos moldes de discipulado. “Conforme você tem aprendido”;
  • Fidelidade na observação e  cumprimento do ensino;     “Não se desvie da posição”.
  • Linguagem compatível com a Palavra na qual crê.

Tudo isso seria a garantia e razão de suas ações daí decorrentes, serem feitas pelo coração, ou seja, com coragem.

Onde estamos nós nessa história? Não temos todos, crentes em Jesus, uma missão existencial em direção à nossa conquista e vitória na fé, com todos os enfrentamentos pertinentes? Alguns de nós até em termos explicitamente desafiadores. De que necessitamos? O que Deus requer de nós, e outro tanto aqueles que nos observam como servos de Cristo?: Força e coragem! Sabemos agora o que significam. Agora sabemos como obtê-las, como vivê-las. E também podemos crer que seus frutos nos acompanharão tanto quanto a Josué, conforme o próprio Senhor garantiu: “Só então os seus caminhos prosperarão e você será bem sucedido”. A garantia que Ele dá é quanto basta: “Não fui eu que lhe ordenei?…não se apavore, nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar” (v.9).