Vai, Nesta Tua Força

Juízes 6:1- 7:16.

Este é o brado que precisa ser ouvido: Juízes 6:14 – “Vai nesta tua força” ou: “Com a força que tu tens”!
Como é bom saber que o personagem vocacionado não era Sansão, nem mesmo um Daví. Estava mais para Paulo, Tomé, Moisés, eu, você, nós…
O que temos aqui?
Uma demanda que requeria coragem, prudência e tomada de posição. O que ocorria no entorno e contexto de Gideão é definido no texto como opressão, devastação, bloqueio do direito e da vida. Os inimigos do povo de Deus lhe barravam a liberdade e investiam contra sua dignidade e honra. (6: 4 e 5). Não temos, cada um de nós, desafio semelhante no curso de nossa vida neste mundo tenebroso?

O homem escolhido podia ser qualquer outro, debaixo da mesma angústia. Moisés, quando chamado, propôs a Deus que o trocasse por outro mais capaz. Gideão nos lembra Moisés. A meu ver este é o primeiro referencial de que Deus acertou com a escolha. Pois, via de regra, os escolhidos não entendem a razão da escolha, assustam-se, intimidam-se, até fogem. Diferente da situação que Jeremias registra: “Não chamei esses profetas, no entanto eles foram correndo” (Jeremias 23:21).

Gideão recebeu uma visitação de um mensageiro celeste que lhe disse: Vá! Deus te escolheu para realizar esta façanha hercúlea. Mas o mensageiro pareceu equivocado, a Gideão. “Poderoso guerreiro”, ele disse. Gideão deve ter olhado ao redor de si. Então o “poderoso guerreiro” se anuncia: Ai, Senhor meu! A resposta esperada não deveria ser, “eis-me aqui?” Então acontece o segundo equívoco: “Vai nesta tua força”. Gideão esclarece as dimensões do que ele entende como “sua força”: Seu arrazoado significou: “Meu clã é o mais pobre, e eu sou o menor dentre meus setenta irmãos. Há outros 70 maiores do que eu! E minha tribo nem inteira é. É apenas uma meia-tribo!” Traduzindo: Pequeno entre os menores dos que são metade. “Onde está a força de que tu falas?”

Mas para ir, era necessária força. Vamos pensar nela:

VAI NESTA TUA FORÇA.
O mensageiro esclareceu:

(a) Porque sou Eu que estou mandando! (6:14)
Ah! Quanta solução e poder esta palavra contém: Eu dou conta, Gideão. Eu assumo, Gideão. Eu me responsabilizo, Gideão. E tanto mais…
(b) Porque eu sou contigo! (6:15).
Quanto pode significar? Eu passo adiante! Você será meu escudeiro! Eles Me verão em você e com você! Sou seu aliado. Estamos juntos nisso.
E: Estarei disponível para você. Com tudo que Sou; com tudo que tenho.
Há uma condição: Rompe os laços, queima as pontes!
Que para Gideão significou derrubar o ídolo do lar, da casa de seu pai e do povo entre o qual vivia.

AS DIMENSÕES DA FORÇA

– Foi revestido do Espírito (6:34), mas ainda que sob o Seu poder, mantinha o medo (7:10). Deus sabia que ele estava com medo.
– Procura garantir-se: diante de Deus – os sinais do novelo e orvalho; diante do inimigo e a seus próprios olhos:
– 32 mil homens para lutar. “Qualquer um serve, preciso de muita gente comigo….”
Deus reduz tudo a 1%. Diante de que tamanho de inimigos? 135 mil homens, montados em camelos que não se podia contar! Então é melhor esquecer os 1%… porque é Deus quem faz, 1% basta!

A ESTRATÉGIA DO ENVIADO

Depois que Deus o prepara enviando-lhe a palavra através da boca do próprio ímpio, agora firmado na promessa de que toma posse (7:10 e 11), Gideão entende que:
Porque a força é de Deus, é suficiente:
– Estar lá;
– Vasos de barro com fogo dentro, prontos a serem quebrados;
– Trombetas de proclamação.
– Espadas. Estas são as armas de guerra, e são quanto basta:

– a trombeta que avisa;
– Os vasos com tochas para serem quebrados;
– A espada para o ataque.

Vai nesta tua força!
– sem cautelas; sem garantias; sem poderes inerentes.
Apenas pronto a confiar, obedecer e depender.