Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações. Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos. Os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade. Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em casa e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava diariamente os que iam sendo salvos.” – Atos 2:42-47.
A Voz continua falando. Muitas vezes fala pelas formas, os milagres, e quando o faz, ainda cumpre sua função exclusiva: atrair para Cristo e Sua obra. Mas aqui damo-nos conta de que o Espírito Se serve da Voz para conduzir a igreja, a vida e os atos dos discípulos. Ela é a motivação, o ponto de partida e a sustentação de tudo. O registro é claro: “Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos”. Era a Voz. A Voz que alimenta a fé, que realiza a igreja. Porque havia a Voz, os resultados se seguiam em ordem: comunhão, partir do pão e orações. Temor nos corações; maravilhas e sinais; alegria, sinceridade de coração, louvor a Deus, simpatia pública e acréscimo de vidas eleitas. Tanta coisa, todas juntas e isso é a igreja, a comunidade dos discípulos.
Havendo a voz, ela produz os efeitos. Eles não necessitam ser inventados ou provocados. Compõem, não deformam nem machucam: acrescentam. Havendo a voz, podemos colher e conviver com seus frutos. Ela é prioridade absoluta. Não pode ser substituída nem copiada. A comunidade dos discípulos é a comunidade unida pela Voz, a fala de Deus, que é a Sua Palavra ensinada e outro tanto, aprendida e obedecida.
Gosto da força do verbo empregado: “Eles se dedicavam ao ensino…” Dedicar é o verbo. O ensino era o segmento que cumpria o que a dedicação apontava. Dedicados ao ensino, fala mais que o mero exercício de uma função, como o cumprimento de um programa de agenda de igreja. Fala de algo que transita proximamente à orientação de Paulo a Timóteo quando diz: “Medita estas coisas e nelas sê diligente, para que o teu progresso a todos seja manifesto.” – 1Timóteo 4:15 (ARA).
Quando a Voz se faz ouvir na igreja, faz-se ouvir na fé, no coração e vida de cada um, e os frutos que vertem daí, sinalizam comunhão que tem forma visível, notoriedade em partilhar e busca de Deus, que por Sua vez tem espaço aberto para agir, conduzindo a vida de discípulos a um testemunho eficaz de seguidores do Senhor, o que traduz alegria, corações sinceros, louvor espontâneo, e acaba por conquistar simpatia daqueles que navegam em seu entorno.
Nenhum ajuntamento cristão, digno de respeito, pode pretender menos do que esta radiografia que este texto expõe para nós. Conforta saber que o segredo nos está revelado: a primazia da Voz que tudo realiza.
“Ouve, povo meu, quero exortar-te. Ó Israel, se me escutasses!”
-Salmos 81:8 (ARA).