O título acima cai em lugar comum à força da mídia que investe no show business para dizer de pessoas que se projetam, em especial nas artes, e que se tornam ícones, admiradas e aplaudidas, a quem todos querem imitar ou cujo triunfo invejam.
Mas quanto a nós, pretendemos dar a ele a conotação que está circunscrita à nossa vida espiritual, como crentes em Cristo.
Mesmo neste terreno, há aqueles que sob influência forte do outro, pensam nesse estrelismo que descamba em sucesso sob holofotes da fama, vistos como suprassumos da fé. Em especial o chamado mundo gospel, está cheio dessas “estrelas”.
Voltando ao propósito, nosso tema flui a partir do texto de Filipenses 2:12-16: “Assim, meus amados, como sempre vocês obedeceram, não apenas na minha presença, porém muito mais agora na minha ausência, ponham em ação a salvação de vocês com temor e tremor, pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele. Façam tudo sem queixas nem discussões, para que venham a tornar-se puros e irrepreensíveis, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e depravada, na qual vocês brilham como estrelas no universo, retendo firmemente a palavra da vida…”
Há uma proposta, que aponta para o alvo do Evangelho em nossas vidas: “que venhamos a tornar-nos…filhos de Deus inculpáveis…no meio de uma geração corrompida e depravada, na qual brilhemos como estrelas no universo”.
Chamo sua atenção para a metáfora criada pelo apóstolo: “brilhar como estrelas no mundo, ou no universo”. Como elas brilham? É um brilho ofuscante? Não. Só o do sol. As demais estrelas sequer iluminam. Seu brilho, no entanto, se destaca na escuridão da noite, e serve para: dar beleza, identificar o corpo que brilha, e dar norte, rumo; servem de guia. Eram o “mapa” marítimo dos antigos navegadores, suficiente para nortear navegações que efetivaram descobertas e conquistas. Ainda hoje há navegantes que delas se servem, ou nômades nos desertos. Mas não iluminavam. Nem Paulo pretendeu dizer que esse é o propósito de nossa manifestação neste mundo, que em Efésios 6 ele classificou como tenebroso.
Não fomos chamados para ser luz que ofusca, que chama a atenção. Antes, o texto, na força da metáfora de que o apóstolo se serviu, indica que nosso posicionamento em meio à nossa geração, que é constituída inclusive por nossos colegas, amigos e parentes, é de filhos de Deus, daí não imiscuídos na culpa, na corrupção e depravação que sinalizam o “modus operandi” de nosso tempo, e portanto, inculpáveis e irrepreensíveis, ou não mancomunados; mas diferenciados entre os iguais. Posicionamento dos diferenciais.
O que se destaca na escuridão da noite sem nuvens? Estrelas que brilham! E são percebidas porque brilham. Podemos nada saber a respeito delas, isoladas ou consteladas, mas as identificamos como estrelas, unicamente porque brilham.
Apenas sendo destacados por um brilho que no texto é produto do “desenvolvimento da salvação como vidas que temem e tremem” diante de Deus (v.12); esvaziados de “queixumes e brigas” (v.14), porque “retêm com firmeza a palavra da vida” (v.16).
Assim, no dizer do apóstolo fulguramos como luzeiros, como pequenos brilhos de estrelas na escuridão do espaço, visíveis por isso mesmo, e servindo de referência a quantos as olhem, desde que para tanto ergam o olhar.
Esta linguagem lírica encontra paralelo sinonímico em outra, da pena do mesmo Paulo, quando escrevendo a Timóteo disse: “Torna-te modelo para os fiéis…”
Há trevas ao derredor. Brilhe! Permita-se ser percebido pela diferença!